Lava do vulcão Fagradalsfjall volta a cortar um trilho de acesso ao local da erupção
No passado domingo, dia 19 de setembro, fez seis meses que se iniciou a erupção vulcânica em Fagradalsfjall, na Península de Reykjanes (Islândia), tornando-se a erupção mais longa que a Islândia já testemunhou em mais de 50 anos. Esta erupção, a sexta da Islândia em 20 anos, já ultrapassou a anterior em Holuhraun, no centro-leste da ilha, que durou do final de agosto de 2014 até ao final de fevereiro de 2015.
A primeira escoada lávica que se formou foi emitida a partir de uma fissura perto do Monte Fagradalsfjall na noite de 19 de março na península de Reykjanes, a sudoeste de Reykjavik. A erupção prosseguiu, com episódios de intensidade variável e formação de novas fissuras eruptivas, tornando-se uma grande atração turística, aliciando mais de 300.000 visitantes até agora, de acordo com o Conselho de Turismo da Islândia.
O campo lávico que se formou desta vez foi batizado de "Fagradalshraun", que pode ser traduzido como "belo vale de lava" - e leva o nome do vizinho Monte Fagradalsfjall.
Até ao momento, já foram emitidos quase 143 milhões de metros cúbicos de lava. Contudo, este volume é, na verdade, pequeno, representando pouco menos de um décimo do volume da erupção de Holuhraun, que expeliu o maior fluxo de lava basáltica na Islândia em 230 anos.
Esta erupção mais recente é "especial no sentido de que manteve um fluxo relativamente estável", avançou Halldor Geirsson, geofísico do Instituto de Ciências da Terra. Geralmente, os vulcões na Islândia começam realmente ativos, com emissão de escoadas lávicas, e o fluxo vai diminuindo com o tempo até parar.
Depois de um período de acalmia, o vulcão Fagradalsfjall retomou a atividade eruptiva no dia 11 de setembro e não mostra sinais de abrandamento tão cedo. A emissão de lava continua com uma taxa efusiva elevada. Entretanto, a lava ultrapassou a barragem artificial, cruzou um trilho de acesso e prosseguiu em direção à estrada de circunvalação sul. O vale de Nátthagi está, atualmente, amplamente preenchido com escoadas lávicas.
Atualmente, apenas uma cratera é que está ativa, medindo 334 metros de altura, de acordo com o Instituto de Ciências da Terra, apenas algumas dezenas de metros abaixo do pico mais alto na área circundante. Isso prova a formação de novos fluxos de lava na parte superior do vale Nátthagi que continuaram a encher o vale.
A erupção mais longa da Islândia ocorreu há mais de 50 anos na ilha Surtsey, na costa sul, e durou quase quatro anos, de novembro de 1963 a junho de 1967.