A tempestade Gombe, que atingiu Moçambique no passado dia 11 de março, provocou, até ao momento, 12 mortes, tendo este número tendência a aumentar.A chuva intensa e o vento forte que rondou os 165 km/h, e que em alguns locais atingiu os 200 km/h, provocaram o corte de fornecimento de eletricidade em vários distritos. Segundo a Empresa de eletricidade de Moçambique (EDM), cerca de 20 distritos ficaram sem eletricidade, sendo afetadas cerca de 300 mil pessoas.
Até ao momento, as autoridades ainda não têm contabilizados todos os estragos provocados pela tempestade, uma vez que vários distritos estão incontactáveis devido à falta de energia e comunicações, como são os casos do distrito de Nampula e o norte de Moçambique.
Segundo o Centro Nacional Operativo de Emergência (CENOE), as equipas do Instituto Nacional de Gestão de Desastre (INGD), tiveram muita dificuldade em ir para o terreno por falta de condições de segurança, estando a aguardar orientações do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) para que possam avançar com as ações de busca e salvamento.
Várias pontes e estradas estão intransitáveis, e inúmeras casas de construção tradicional (argila e caniço) estão totalmente destruídas. Vários telhados foram arrancados ou destruídos pela força do vento e inúmeros campos de cultivo encontram-se inundados, devido à subida dos caudais de rios e ribeiros.
A Organização Internacional das Migrações (OIM) estima que cerca de 115 mil pessoas foram afetadas pelo ciclone Gombe nas províncias de Nampula e Zambézia.
Apesar do ciclone ter perdido intensidade e de se ter transformado numa depressão, Moçambique continua a ser atingido por chuva intensa, mantendo-se os alertas emitidos pelo INAM.
Há dois anos atrás, Moçambique foi fustigado pelos ciclones Idai e Kenneth, que deixaram um vasto rasto de destruição.