Os sismos são vibrações do solo relacionadas com o deslocamento súbito de uma secção de um plano de falha, ocorrendo libertação de energia elástica sob a forma de ondas sísmicas, que se propagam pela Terra e ao longo da superfície da Terra por grandes distâncias. A maioria dos sismos são o resultado de processos tectónicos, associados aos limites das grandes placas litosféricas. No caso do arquipélago dos Açores, este situa-se na interseção de três grandes placas (Norte-Americana, Euroasiática e Africana). Para além dos sismos que ocorrem no limite das placas litosféricas, existe igualmente sismicidade associada a outros processos geológicos tais como a atividade vulcânica e/ou hidrotermal. A observação contínua da atividade sísmica associada a determinado sistema vulcânico, conseguida através da monitorização sísmica, permite determinar o seu estado de atividade.
A monitorização sísmica utiliza equipamentos extremamente sensíveis (sismómetros), que detetam o movimento do solo provocado pela passagem das ondas sísmicas. O registo dessa movimentação é utilizado para a determinação de parâmetros sísmicos como a localização, o tempo de origem e magnitude, assim como outras características inerentes ao fenómeno sísmico. A capacidade de deteção de uma rede sísmica depende do tipo de instrumentos instalados, do número e geometria da rede em relação à zona epicentral, da quantidade de energia libertada pelo próprio sismo e do nível de ruído de vibração do solo.
A monitorização sísmica tenta relacionar diferentes parâmetros, tais como a frequência, tipos de sismos e seu conteúdo espectral, migrações de localizações (sejam epicentrais e/ou hipocentrais), com processos físicos associados à movimentação de fluidos e/ou a processos tectónicos inerentes ao contexto geodinâmico peculiar do arquipélago dos Açores.