A actividade eruptiva do vulcão do Fogo, iniciada no passado dia 23 de Novembro, mantém-se estável pelo quinto dia consecutivo. Aleida Monteiro, coordenadora do Gabinete de Comunicação do Governo cabo-verdiano, informou que a actividade permanece calma. A emissão de gases é quase nula e a frente de lava está praticamente estagnada há cinco dias a pouco mais de 600 metros de Bangaeira, povoação que, tal como Portela, foi destruída pela escoada lávica, distando 3,5 km de Fernão Gomes, o "ponto crítico". Isto porque se a actividade vulcânica se agravar e a lava ultrapassar este local, situado a aproximadamente 1900 metros de altitude, pode aumentar de velocidade pondo em risco algumas localidades situadas na vertente nordeste da ilha, como Cutelo Alto e Fonsaco, cujos cerca de 2300 habitantes estão em alerta para uma eventual evacuação. No entanto, Aleida Monteiro advertiu para a imprevisibilidade deste tipo de fenómeno e que, pelo sim pelo não, continua a ser implementado o plano de emergência, sobretudo no norte da ilha, caso a situação se agrave.
O acesso a Chã das Caldeiras continua interdito para segurança das pessoas. No entanto, alguns moradores daquela zona continuam a entrar na caldeira para cuidar dos terrenos e animais, bem como colher algumas das suas produções. As autoridades no terreno continuam em alerta, fazendo juntamente com as equipas de especialistas a monitorização contínua da situação.
Até ao momento, a lava destruiu as povoações de Portela e Bangaeira, obrigando à evacuação de cerca de 1500 habitantes, e grande parte da vasta área agrícola de Chã das Caldeiras. A prioridade do Governo cabo-verdiano é agora reinstalar os desalojados e gerar fontes de rendimento para as famílias.
O investigador do CVARG/CIVISA, Jeremias Cabral, natural de Cabo Verde, encontra-se na ilha do Fogo para acompanhar a erupção, integrando a equipa da Protecção Civil. O CVARG/CIVISA encontra-se a acompanhar o desenvolvimento da actividade eruptiva.