De acordo com as últimas informações, a frente lávica que avança pelo povoado de Ilhéu de Losna já destruiu quase todas as habitações, restando às 08:00 de terça-feira, dia 23 de Dezembro, apenas uma casa situada a uma cota mais elevada, disse Nadir Cardoso, investigadora que integra a equipa da Universidade de Cabo Verde que está a acompanhar a actividade vulcânica do Vulcão do Fogo iniciada no passado dia 23 de Novembro. Em declarações prestadas à Inforpress, Nadir Cardoso informou que a lava se encontra a menos de 20 metros da única casa intacta, e se se mantiver o ritmo, também esta será destruída pela lava.
A actividade vulcânica mantém-se e, segundo a investigadora, registou-se um aumento de emissão de gases ao nível do foco eruptivo que estão a ser direccionados para sul de Chã das Caldeiras. As escoadas lávicas continuam activas e a espraiar, destruindo campos agrícolas, sobretudo na zona plana de Ilhéu de Losna. Relativamente à taxa de efusão de lava no foco eruptivo, Nadir Cardoso afirma que será analisada no período nocturno devido ao facto de ser difícil de visualizar durante o dia.
Ao trigésimo dia da erupção, as lavas já destruíram os três povoados de Chã das Caldeiras, Portela, Bangaeira (os principais e com maior número de habitações e infra-estruturas económicas e colectivas) e Ilhéu de Losna que era composto por pouco mais de uma dezena de casas, uma adega e funcos. Localizada entre Portela e Cova Tina, Ilhéu de Losna era uma área de grande potencial agrícola, onde se produzia mandioca, feijões, videira, macieira, marmeleiro, entre outros produtos.
O investigador do CVARG/CIVISA, Jeremias Cabral, natural de Cabo Verde, encontra-se na ilha do Fogo para acompanhar a erupção, integrando a equipa da Protecção Civil. O CVARG/CIVISA encontra-se a acompanhar o desenvolvimento da actividade eruptiva.