Um novo estudo realizado por investigadores das Universidades de Wellington (Nova Zelândia) e de Sydney (Austrália), bem como do Serviço Geológico da Nova Caledónia, anuncia a existência de um “novo” continente, chamado de “Zelândia”.
De acordo com o estudo publicado no boletim da Geological Society of America, este “novo” continente compreende 4,9 milhões de quilómetros quadrados, e localiza-se no Sudoeste do Oceano Pacífico. A Nova Zelândia, a Nova Caledónia, juntamente com vários outros territórios e grupos insulares fazem parte da massa continental, agora designada como o sétimo continente.
Segundo os cientistas, em tempos este continente integrou o supercontinente Gondwana, formado à cerca de 200 milhões de anos durante o período Jurássico Superior, no qual também integrava os atuais territórios da Antártida, América do Sul, África, Madagáscar, Índia, Seicheles, Austrália, Nova Guiné, Nova Zelândia e Nova Caledónia.
A crosta terrestre pode ser dividida em continental e oceânica, e em 14 grandes placas tectónicas. O estudo da deriva continental e das características do terreno permite, hoje com muito maior exatidão do que há meio século atrás, sinalizar as fronteiras que permitem confirmar que não se trata apenas de um grupo de ilhas continentais e fragmentos de terra, mas da existência de um continente. Embora cerca de 94% da Zelândia esteja submerso, possui todas as características que permitem atribuir-lhe esse atributo, nomeadamente, batimetria elevada em relação à crosta oceânica circundante, diversos tipos de rochas ricas em sílica, e uma estrutura de crosta espessa e de relativa baixa velocidade. Esta região não está agrupada à placa da Austrália, existindo uma passagem de mar conhecida como Cato Trough que separa os dois lugares por aproximadamente 25 km.
A Nova Zelândia, com uma área à superfície de cerca de 268 680 km2, é quase três vezes maior do que Portugal, no entanto parece diminuta relativamente à massiva vizinha Austrália que por sua vez possui uma área de 7 692 000 km2. Com esta nova descoberta, na realidade a Nova Zelândia representa apenas a cabeça de um gigante adormecido.