De acordo com um novo estudo publicado na revista Bulletin of Volcanology, o Monte Etna, o vulcão mais ativo da Europa, localizado na Sicília, está a deslizar lentamente em direção ao mar (para este-sudeste), a uma taxa de cerca de 14 milímetros por ano.
Esta é a primeira vez que o deslizamento ao nível da base de um edifício vulcânico ativo foi observado diretamente. Esta movimentação foi detetada por uma rede de monitorização geodésica instalada em torno do vulcão, e ocorre devido aos sedimentos soltos e relativamente fracos que se encontram sob o vulcão.
Estudos de vulcões extintos sugerem que este fenómeno pode levar ao colapso “devastador” dos seus flancos, resultando em movimentos de vertente.
Em declarações prestadas à BBC, John Murray, autor principal do estudo, avança que não há motivo para alarme, mas salienta a importância de se monitorizar a situação para ver se não há uma aceleração do processo.
John Murray, que estuda o Monte Etna há quase 40 anos, e a sua equipa produziram simulações em laboratório para analisar como é que essa atividade se desenvolve. Os investigadores concluíram que, apesar de sua instabilidade, qualquer ameaça representada por esta movimentação do vulcão apenas ocorrerá daqui a muitos milhares de anos. Uma preocupação mais premente poderia ser o efeito disruptivo que a atividade de deslizamento terá na monitorização de futuras erupções vulcânicas.
A primeira erupção vulcânica que se encontra documentada do Monte Etna ocorreu em 1500 AC. Desde então, o vulcão entra em erupção regularmente. Num dos últimos eventos em 2017, vários turistas e uma equipa da BBC ficaram feridos depois de terem sidos atingidos por material vulcânico.