Vulcão La Soufrière elevado a nível de alerta vermelho após vários dias com aumento de atividade sísmica
Após se verificar um aumento significativo da atividade sísmica no vulcão La Soufrière, as autoridades de São Vicente e Granadinas aumentaram o nível de alerta vulcânico para vermelho.
A equipa científica do UWI – Seismic Research Centre, localizada no Observatório Belmont em São Vicente, registou, ao longo do dia de ontem, seis faixas de tremor vulcânico em La Soufrière. Estes eventos ocorrem sob o cume do vulcão a uma profundidade de 6 km. O sismo mais energético teve magnitude 3,5 (Richter) e foi sentido pelos habitantes das localidades mais próximas do vulcão. Na manhã de ontem, dia 8 de abril, observou-se uma cobertura de nuvens brancas baixas sobre o vulcão e parcialmente sobre o mar, resultantes da emissão de gases vulcânicos e vapor de água, que divergiram para oeste por ação dos ventos dominantes.
Este novo tipo de eventos sísmicos ainda não tinha sido observado desde o início da erupção efusiva em dezembro de 2020. Normalmente aquele tipo de registos está associado à movimentação de magma e fluidos próximos da superfície. A fase efusiva, caracterizada pelo crescimento de um domo lávico continua em curso, mas a qualquer momento pode passar a uma fase explosiva.
Devido a estas alterações comportamentais do vulcão, o governo emitiu ontem quinta-feira, uma ordem de evacuação para as comunidades que se encontrem na zona de perigo vulcânico classificada como vermelha. Segundo o geólogo e chefe da equipa cientifica da UWI-SRC, Professor Richard Robertson, não é possível informar dar nenhum aviso claro de que nada acontecerá nas próximas 24-48 horas, como também não ficariam surpresos se ocorressem explosões no vulcão durante esse período.
O nível de alerta vermelho aconselha à população a cumprir urgentemente as diretivas emitidas pelo National Emergency Management Organisation (NEMO). Estas informam que as zonas mais seguras para onde as pessoas devem ser evacuadas são as que se localizam entre North Union e Kingston, no lado este da ilha, e de Barrouallie e Kingston, do lado oeste da ilha.
La Soufrière está cada vez mais ativo desde o passado mês de novembro. A erupção mais devastadora na ilha ocorreu em 1902, quando cerca de 1600 pessoas, a maioria delas indígenas caribenhos, perderam a vida.