A localização do arquipélago dos Açores e o seu
enquadramento geodinâmico determinam a multiplicidade de perigos naturais a que as nove ilhas se encontram sujeitas, de entre os quais se destaca os movimentos de vertente por corresponder ao perigo que mais recorrentemente coloca em risco a vida de pessoas, propriedades e bens, sendo responsável por um elevado impacte socioeconómico. O elevado impacte causado pelo evento de instabilidade geomorfológica de 31 de outubro de 1997 acentuou a necessidade de se aprofundar o conhecimento técnico-científico sobre este tipo de fenómenos.Desde então, foram desenvolvidos vários trabalhos, destacando-se a Base de Dados de Perigos Naturais dos Açores, que demonstra a frequente reincidência de eventos de caráter danoso e o elevado número de vítimas mortais no concelho da Povoação, e os modelos de análise da suscetibilidade, que permitem verificar uma elevada percentagem do território e inúmeros elementos de vulnerabilidade contidos nas classes de maior suscetibilidade. Nas últimas duas décadas, foram desenvolvidos e implementados vários sistemas de monitorização, alerta e alarme, nomeadamente: a Rede de Monitorização Geodésica Periódica, implementada num talude na entrada da vila da Povoação (via Furnas), e o Sistema Empírico de Alerta e Alarme Precoce para Movimentos de Vertente.