A utilização de arrays sísmicos remonta à década de 70, prendendo-se o seu desenvolvimento com a detecção e a localização de explosões nucleares. Nos finais dos anos 80 a aplicação de tais dispositivos foi estendida ao acompanhamento da actividade sismovulcânica, baseando-se os sistemas existentes na colocação de diversas estações de registo independente numa pequena área. Mais recentemente, no âmbito do projecto de investigação do Vulcão Laboratório Europeu Teide, nas ilhas Canárias, o Departamento de Vulcanologia do C.S.I.C. desenvolveu um novo sistema, utilizando uma única estação de registo central comum aos diversos sensores que o constituem.
A utilização deste tipo de dispositivo de monitorização, como complemento das redes sísmicas tradicionais, tem-se revelado de significativa importância no campo da sismologia vulcânica dado permitir determinar com rigor o azimute da fonte de sinais sísmicos de origem vulcânica. Adicionalmente, tratando-se de um sistema de rápida instalação e de simples operacionalidade adequa-se ao acompanhamento de situações de crises sismovulcânicas.
A título experimental este tipo de array sísmico foi instalado pela primeira vez nos Açores, coincidindo a sua utilização com o desenvolvimento da crise sísmica que se localizou na zona ocidental da ilha de S.Miguel. O dispositivo foi colocado na fajã dos Mosteiros, uma plataforma lávica coberta por alguns depósitos de cinzas pomíticas situada na arriba W do maciço vulcânico das Sete Cidades. No presente trabalho discutem-se os resultados obtidos durante o ensaio realizado.