A erupção no vulcão Cumbre Vieja, ilhas Canárias (Espanha), continua com uma intensidade impressionante. Quer a taxa de efusão da lava, quer o tremor vulcânico mantém-se em níveis elevados.
Ontem à tarde, dia 3 de outubro, parte da cratera sudoeste colapsou, criando uma depressão alongada, segundo o alinhamento das crateras. Como resultado, a lava emitida inundou o flanco ocidental e, por algum tempo, a boca eruptiva inferior (a que se formou há 10 dias no flanco SW) produziu violentas fontes lávicas em forma de domo. Entretanto, a atividade nesta cratera diminuiu, mas uma das maiores bocas eruptivas do cume começou a produzir fontes lávicas muito altas e pulsatórias, atingindo aproximadamente 500-600 metros de altura.
As novas escoadas lávicas emitidas pelas bocas eruptivas mais recentes, formadas imediatamente abaixo da base noroeste do cone em erupção, cobriram os terrenos localizados a norte do campo lávico existente, e que até então se mantinham intactos, destruindo mais edifícios e outras infraestruturas.
No próprio cone, estão 8 bocas eruptivas ativas, produzindo vários fluxos de lava, alguns dos quais alimentam tubos lávicos, outros sobrepõem-se a fluxos mais antigos ou alimentam canais lávicos mais ou menos estáveis. Parte da lava ainda atinge o mar, fazendo com que o delta lávico cresça lentamente.
Até ao momento, foram emitidos aproximadamente 50 milhões de metros cúbicos de lava, um volume muito maior do que aquele inicialmente estimado que a erupção seria capaz de produzir. Isso pode estar relacionado com o facto da atividade sísmica continuar, a profundidades da ordem dos 10-15 quilómetros, o que, por sua vez, sugere que o sistema continua a ser abastecido a partir de níveis mais profundos.