Flanco norte do cone de Cumbre Vieja (La Palma) colapsa - atualização
A atividade sísmica na ilha permanece intensa, embora os eventos registados permaneçam agrupados nas mesmas áreas, sem nenhuma tendência clara visível. Durante as últimas 24 horas foram registados 3 sismos com magnitude superior a 4, tendo o mais energético ocorrido às 22:46 de ontem e sentido amplamente.
A interpretação dos dados refere que os reservatórios mais profundos estão a ser alimentados por novo magma, que por sua vez continua a alimentar a erupção. A ausência de eventos sísmicos superficiais e a tendência estagnada de deformação do solo, sugere que as condutas até à superfície estão a ser capazes de lidar com o suprimento de magma no momento, não sendo provável o surgimento de novas fissuras em outras áreas.
Na madrugada do passado sábado dia 9 de outubro, deu-se o colapso parcial do flanco norte do vulcão, o qual levou a novos fluxos de lava a avançar pela área de Los Llanos. Dois destes fluxos já foram estagnados, e está agora o IGN a estudar formas de poder travar o terceiro. Segundo os especialistas, há tempo suficiente para retirar as populações que possam vir a ser afetadas, caso seja necessário.
Até ao momento, a lava emitida pela erupção de Cumbre Vieja já atingiu cerca de 480 hectares, incluindo mais de 150 hectares de área agrícola, e já destruiu mais de 1200 edifícios, entre os quais duas escolas. A plantação de banana, a segunda maior do arquipélago está a ser também fortemente afetada. Cerca de 6000 pessoas foram obrigadas a deixar as suas casas e muitas estradas estão cortadas. O aeroporto de La Palma, encerrado na quinta-feira por motivos de segurança, reabriu durante a tarde de sábado.
Segundo o INVOLCAN, a pluma gerada no momento em que a lava entra no mar não deve ser subestimada, não devendo também causar alarme. O choque térmico entre a lava (com aproximadamente 1200 ºC) e a água do mar (de aproximadamente 24 ºC) gera principalmente vapor de água (nuvem branca) e ácido clorídrico (HCl). O instituto sugere prestar muita atenção à previsão do vento para monitorizar possíveis mudanças na direção da pluma e agir de acordo.
Uma equipa científica formada por investigadores do INVOLCAN, da Universidade de Manchester e do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia de Itália, conseguiu estimar a emissão de HCl pela pluma marinha na passada quarta-feira dia 6 de outubro, através de um sensor ótimo remoto do tipo OP-FTIR. A taxa de emissão registada foi de 0,5 kg por segundo, o equivalente a 43,2 toneladas por dia.