Embora com uma velocidade mais lenta, de cerca de 2 a 8 m/h, as escoadas lávicas emitidas no decurso da erupção do Vulcão do Fogo, continuam a avançar e no dia 26 de Novembro atingiram a localidade de Portela, destruindo 15 habitações, 14 cisternas, 15 currais e duas casas de apoio à agricultura. As lavas estão agora a cerca de 30 metros do Hotel Pedra Brabo e a 60 metros da Escola Básica Integrada que se encontram no centro da localidade. Se a velocidade permanecer constante, a escola e o hotel, bem como algumas residências e algumas pensões podem vir a ser atingidos durante o dia de hoje. Formou-se novamente um ramo de escoada lávica que progrediu para sul em direcção a Cova Tina.
Entretanto, a via de acesso aberta na zona de Cova Tina foi desobstruída, permitindo a circulação e o transporte dos bens dos moradores. No entanto, essa via é muito estreita e está a causar alguns problemas de congestionamento. Em declarações prestadas à agência Lusa, o director de operações de Protecção Civil e Bombeiros de Cabo Verde, Nuno Oliveira, adiantou que na zona norte também se iniciaram os trabalhos de abertura de uma via alternativa de acesso à localidade de Mosteiros.
Cerca de uma centena de agentes das forças policiais está no local a garantir a segurança de Portela, com um posto de comando e acampamento montados na escola da localidade. Alguns habitantes continuam ainda no local a tentar salvar os bens.
A presidente do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG), Ester Brito, informou que irá ser instalado na cidade de São Filipe um aparelho de medição para monitorizar a emissão de gases na atmosfera. Esta manhã detectou-se um forte cheiro a enxofre nesta cidade. O INMG recomenda o uso de máscara para protecção das cinzas e dos gases.
Portugal enviou ajuda a Cabo Verde, seguindo uma fragata da Marinha com apoio aéreo para missões de evacuação médica e humanitária. Segue também meio de comunicação por satélite.
O investigador do CVARG/CIVISA Jeremias Cabral, natural de Cabo Verde, já se encontra na ilha do Fogo para acompanhar a erupção, integrando a equipa da Protecção Civil. O CVARG/CIVISA encontra-se a acompanhar o desenvolvimento da actividade eruptiva.