Após ter ocorrido novamente um episódio eruptivo mais intenso na tarde do dia 5 de Fevereiro, em que se verificou um aumento da actividade explosiva com emissão de gases e piroclastos, a erupção vulcânica na ilha do Fogo voltou a sofrer uma acalmia generalizada. De acordo com as declarações prestadas pela investigadora da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) Nadir Cardoso à Inforpress, nos últimos dias a situação tem-se mantido estável. Ontem, dia 9 de Fevereiro, apenas se verificou a libertação de gases, não se observando a emissão de cinzas e de escoadas lávicas e hoje, dia 10, não se observa sequer a libertação de gases. A investigadora informa ainda que a escoada lávica que se encontra entre Monte Beco e Monte Saia está estagnada e no processo de arrefecimento. Segundo Nadir Cardoso, estas observações sugerem que a erupção se encontra na sua fase final e acrescenta que se a situação se mantiver nos próximos sete dias se pode considerar como concluída. No entanto, salienta a imprevisibilidade deste tipo de fenómeno natural e informa que a equipa da Uni-CV vai continuar a acompanhar a situação e a medir a quantidade de gases expelidos que, neste momento, ronda as 100 ton/dia.
O vulcão iniciou a sua actividade no dia 23 de Novembro, tendo destruído as povoações de Portela e Bangaeira. Além das habitações e unidades hoteleiras, igrejas, escolas e terrenos agrícolas e de pastagem, a lava obrigou ao realojamento de cerca de 1500 habitantes de Chã das Caldeiras. Os prejuízos provocados pela erupção vulcânica na ilha do Fogo foram avaliados em cerca de cinco milhões de contos.
O investigador do CVARG/CIVISA Jeremias Cabral, natural de Cabo Verde, encontra-se na ilha do Fogo para acompanhar a erupção, integrando a equipa da Protecção Civil. O CVARG/CIVISA encontra-se a acompanhar o desenvolvimento da actividade eruptiva.