Segundo um comunicado divulgado ontem à tarde, dia 10 de Dezembro, pelo Gabinete de Comunicação do Governo de Cabo Verde, a emissão de gases e cinzas da erupção do Vulcão do Fogo está a regredir, registando-se também uma diminuição da taxa de efusão das lavas, cujo avanço no terreno foi ontem pouco significativo. A meio da tarde, a frente de lava localizava-se a 600 metros mais à frente de Bangaeira, localidade que, à semelhança de Portela, foi praticamente destruída pelas escoadas lávicas, estando a avançar a uma média de 50 metros por cada oito horas. No entanto, no mesmo comunicado salientam a imprevisibilidade da actividade vulcânica, que tanto pode continuar a abrandar, como manter-se ou ainda agravar-se.
Recorde-se que a escoada lávica está a progredir lentamente em direcção a Fernão Gomes, um casal desabitado do concelho de Mosteiros que serve de apoio a agricultores e pastores, e ao perímetro florestal de Monte Velha.
O acesso a Chã das Caldeiras continua interdito para segurança das pessoas, devido à concentração de gases (dióxido de carbono e dióxido de enxofre). Arlindo Lima, Presidente do Serviço Nacional de Protecção Civil, informou de que um dos seus agentes sofreu duas paragens cardíacas devido à inalação dos gases vulcânicos. As autoridades no terreno continuam em alerta, fazendo juntamente com as equipas de especialistas a monitorização contínua da situação.
Numa entrevista ao Diário de Noticias, o Primeiro Ministro, José Maria Neves, considerou que os estragos provocados pela erupção do Vulcão do Fogo já ultrapassam os 50 milhões de euros.
O investigador do CVARG/CIVISA, Jeremias Cabral, natural de Cabo Verde, encontra-se na ilha do Fogo para acompanhar a erupção, integrando a equipa da Protecção Civil. O CVARG/CIVISA encontra-se a acompanhar o desenvolvimento da actividade eruptiva.