A actividade eruptiva do Vulcão do Fogo, iniciada no passado dia 23 de Novembro, mantém-se com uma taxa de efusão lávica reduzida, com explosões muito esporádicas e com baixa emissão de gases e cinzas. A lava tem estado a avançar lentamente por tubos lávicos criados nas escoadas lávicas anteriores.
Segundo Vera Alfama, investigadora do CVARG/CIVISA que integra a equipa da Universidade de Cabo Verde, hoje, dia 19 de Dezembro, por volta das 08:00, a frente lávica que ontem se dirigia para Ilhéu de Losna já tinha atingido as casas daquela localidade e encontrava-se ao lado da Adega Sodade. Das 08:00 às 12:00 avançou mais lentamente e encontra-se a 20 metros da estrada alternativa de acesso a Portela. Está a contornar as casas e já preencheu cerca de 50% de um campo de cultivo que existe ao lado da adega. Continua a avançar, tendo-se espraiado neste local. A sua velocidade é de 2 m/h, sendo que a diminuição da velocidade se deve ao facto da escoada se encontrar numa zona plana, e possui uma espessura de 2 metros.
O Primeiro Ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, reiterou ontem, dia 18, à agência Lusa que os prejuízos causados pela erupção vulcânica na ilha do Fogo ultrapassam os 50 milhões de euros. A lava destruiu casas, escolas, jardins, igrejas, a cooperativa de vinho, infraestruturas desportivas, estradas, hotéis e pensões, estruturas económicas e áreas agrícolas. José Maria das Neves sublinhou ainda que ficaram "totalmente destruídas duas comunidades" e desalojadas "cerca de 1300 pessoas".
Os investigadores do CVARG/CIVISA, Jeremias Cabral e Vera Alfama, naturais de Cabo Verde, encontram-se na ilha do Fogo para acompanhar a erupção, integrando as equipas da Protecção Civil e da Universidade de Cabo Verde. O CVARG/CIVISA encontra-se a acompanhar o desenvolvimento da actividade eruptiva.