O Vulcão do Fogo continua em actividade, emitindo escoadas lávicas. O pequeno povoado de Ilhéu de Losna, situado junto à Bordeira entre Cova Tina e Portela e composto por pouco mais de uma dezena de casas e funcos, está quase a ser destruído na sua totalidade pela lava. Em declarações prestadas à Inforpress, a equipa da Universidade de Cabo Verde que se encontra a acompanhar a erupção, informou que até cerca das 08:00 de segunda-feira, dia 22 de Dezembro, para além da adega de Eduíno Lopes, filial da cooperativa “Sodade”, a lava destruiu outras sete casas e alguns funcos e que neste momento restam apenas três casas intactas, duas das quais já estão rodeadas pela lava. Nas últimas 24 horas, esta escoada lávica avançou cerca de 80 metros e já encostou à lava da erupção de 1995, enquanto que a escoada lávica que se encontra à frente da adega, por ter espraiado em várias frentes, progrediu cerca de 10 metros. No entanto, o vasto campo de cultivo de mandioca, feijões e vinha situado à frente da adega já foi destruído em mais de 80 por cento. Segundo Vera Alfama, investigadora do CVARG/CIVISA que integra a equipa da Universidade de Cabo Verde, se o ritmo se mantiver a lava vai destruir as demais habitações de Ilhéu de Losna, podendo, eventualmente, sobrar uma que está situada numa pequena elevação. Vera Alfama afirmou, ainda, que desde domingo se tem registado um aumento de gases e que, por volta das 08:00 de hoje, a pluma eruptiva ascendia os 800 metros de altura e que a emissão de lavas no foco eruptivo continua activa.
Depois de destruir por completo as duas principais povoações de Chã das Caldeiras, Portela e Bangaeira, a lava progrediu em direcção a Ilhéu de Losna, destruindo assim o último povoado que restava daquela zona.
As demais frentes de lava, nomeadamente a de Bangaeira que se dirigia para Fernão Gomes, estão estagnadas há uma semana. As autoridades continuam em alerta fazendo juntamente com as equipas de especialistas a monitorização contínua da erupção vulcânica que completa esta terça-feira o primeiro mês de actividade.
Os investigadores do CVARG/CIVISA, Jeremias Cabral e Vera Alfama, naturais de Cabo Verde, encontram-se na ilha do Fogo para acompanhar a erupção, integrando as equipas da Protecção Civil e da Universidade de Cabo Verde. O CVARG/CIVISA encontra-se a acompanhar o desenvolvimento da actividade eruptiva.